Campos Tensoriais Métricos
6. Campos Tensoriais Métricos¶
1 - Considere o tensor métrico
para o espaço Euclidiano bi-dimensional \(\mathbb{E}^{2}\) e a 2-forma diferencial \(dx^{1} \wedge dx^{2}\). (i) Expresse o tensor métrico e a 2-forma diferencial em coordenadas polares: \(x^{1}(r,\theta) = r \cos{\theta},\ x^{2}(r,\theta) = r \sin{\theta}\). (ii) Por fim expresse a integral \(\int \int f(x^{1},x^{2})dx^{1}dx^{2}\) em coordenadas polares.
Solução:
(i) Para calcular os componentes do tensor métrico precisamos primeiro calcular os diferenciais.
Agora calculamos os produtos tensoriais descritos no tensor métrico:
Assim, temos \(g = dr \otimes dr + r^{2} d \theta \otimes d \theta\) ou na forma matricial, \(g_{ij} = \begin{pmatrix} 1 & 0\\ 0 & r^{2} \end{pmatrix}.\) Para calcular a 2-forma devemos lembrar da antissimetria, \(dx^{1} \wedge dx^{2} = - dx^{2} \wedge dx^{1}\) e \(dx^{1} \wedge dx^{1} = dx^{2} \wedge dx^{2} = 0\). Essas propriedades são preservadas com a mudanças de coordenadas. Então,
onde usamos o \(\cos^{2}{\theta} + \sin^{2}{\theta}=1\) e \(dr \wedge d \theta = - d \theta \wedge dr.\)
(ii) Seja qual for a função \(f(x^{1},x^{2})\) reexpressamos ela com as variáveis \(r\) e \(\theta\) e os termos \(dx^{1}dx^{2}\) representam a 2-forma \(dx^{1} \wedge dx^{2}\). Portanto a integral pode ser expressa em coordenadas polares da seguinte forma:
Para o caso de uma integral definida devemos também redefinir os limites de integração em coordenadas polares.
2 - Considere o tensor métrico
Mostre que \(g\) é invariante sob a transformação
onde \(\theta \in \mathbb{R}\).
Solução:
Para esse caso podemos escrever o vetor inicial igual à transformação e verificar se a métrica assume o mesmo formato apresentado no enunciado. Vamos mudar a notaçõ para evitar confusão:
Então devemos calcular os diferenciais \(dx^{0}\) e \(dx^{1}\) para calcular o tensor métrico após a transformação.
e
Lembre que \(\cosh{\theta}\) é constante, por isso o diferencial possui o mesmo formato dos vetores iniciais. Agora fazemos:
Por fim,
onde usamos \(\cosh^{2}{\theta}\ - \sinh^{2}{\theta} = 1\) (isso pode ser verificado usando as formas exponenciais: \(\cosh{\theta} = \frac{e^{\theta} + e^{-\theta}}{2}\) e \(\sinh{\theta} = \frac{e^{\theta} - e^{-\theta}}{2}\)).
Desta maneira podemos ver que o tensor métrico apresentou o mesmo formato diante dessa tansformação. Devemos ainda citar aqui que esse tensor métrico coincide com o tensor de Minkowski para a relatividade especial (se usarmos apenas uma dimensão para o tempo e outra para o espaço), ou seja,
e por fim, a matriz de transformação usada nesse problema tem a mesma forma da Transformação de Lorentz, onde o parâmetro \(\theta\) é dependente da velocidade relativa entre os referenciais e da velocidade da luz.
3 - Seja a 1-forma diferencial \(\theta = \left( 2 y^{1}y^{2} + (y^{1})^{2} +1 \right)dy^{1} + \left((y^{1})^{2} - y^{2} \right)dy^{2}\) no \(\mathbb{R}^{2}\). Seja o mapa \(f: \mathbb{R}^{3} \rightarrow \mathbb{R}^{2}\), definido por \((x^{1},x^{2},x^{3} ) \mapsto (y^{1},y^{2}) = (x^{1}-x^{2}, (x^{2})^{2} + x^{3})\). Encontre o pullback de \(f\) sobre \(\theta\), ou seja, \(f^{*} \theta\).
Solução:
Inicalmente vamos lembrar como calcular o pullback de uma forma diferencial. Para facilitar a notação vamos definir \(g_{1} = \left( 2 y^{1}y^{2} + (y^{1})^{2} +1 \right)\) e \(g_{2} = \left((y^{1})^{2} - y^{2} \right)\). Então podemos adequar o problema à fórmula:
Podemos escrever explicitamente na forma matricial:
Por exemplo, \(\frac{\partial (y^{1} \circ f)}{\partial x^{1}} = \frac{\partial (x^{1} - x^{2})}{\partial x^{1}} = 1\). Vamos calcular todos os termos:
Agora basta fazer os produtos:
Não nos incomodamos em simplificar os termos, talvez possa ficar um pouco mais curto. Se você entender bem estes passos poderá realizar um cálculo como esse sem usar a multiplicação de matrizes. De todo modo este problema pode ser um guia mais detalhado.
4 - Sejam \(a > 0\) e \(b > 0\). Considere o mapa \(f: \mathbb{R}^{2} \rightarrow \mathbb{R}^{2}\) definido por
com as 1-formas diferenciais \(df^{1} = dx^{2} - 2 a x^{1} d x^{1},\ df^{2} = b dx^{1}\).
(i) Seja \(\Omega = dx^{1} \wedge dx^{2}\). Encontre o pullback de \(f\) sobre \(\Omega\), ou seja, \(f^{*}(\Omega) = f^{*}(dx^{1} \wedge dx^{2})\).
Solução:
Como \(f^{*} \Omega = \Omega \circ f\), \(f^{*}\Omega = df^{1}(x^{1},x^{2}) \wedge df^{2}(x^{1},x^{2}))\), ou seja, a composta é feita com o próprio operador \(d\). Continuando,
(ii) Seja \(\alpha = x^{1}dx^{2} - x^{2} dx^{1}\). Encontre \(f^{*}(\alpha)\).
Solução:
(iii) Considere o tensor métrico de \(\mathbb{E}^{2}\), \(g = dx^{1} \otimes dx^{1} + dx^{2} \otimes dx^{2}\). Encontre \(f^{*}(g)\).
Solução:
5 - Considere o espaço Euclidiano bi-dimensional e o tensor métrico em coordenadas polares \(g = dr \otimes dr + r^{2} d \theta \otimes d \theta\). Seja \(u \in \mathbb{R}\) e \(R > 0\). Considere a transformação \((r, \theta) \mapsto (e^{u/R},\theta)\). Encontre o tensor métrico.
Solução:
Nesse caso a transformação ocorre apenas em \(r\), isso nos permite verificar apenas qual é a transformação de \(dr\):
O novo tensor métrico então assume a forma:
Esse tipo de transformação é chamada de conforme, resulta apenas em uma alteração de escala do tensor métrico original.
6 - Considere o espaço Euclidiano tri-dimensional. Seja a 3-forma diferencial \(\Omega = dx^{1} \wedge dx^{2} \wedge dx^{3}\) no \(\mathbb{R}^{3}\). Expresse a 3-forma diferencial em coordenadas esféricas.
7 - Sejam \(a > 0\) e \(r > 0\). Encontre a curvatura Gaussiana para o toro dado pela parametrização:
onde \(0 < u^{1} < 2 \pi\) e \(0 < u^{2} < 2 \pi\).
8 - Encontre os símbolos de Christoffel para coordenadas polares.