Espaços Vetoriais
3. Espaços Vetoriais¶
1 - Usando os axiomas de espaços vetoriais, mostre que é possível definir um espaço vetorial \(V(2,\mathbb{R})\). Deixe claro quais são os elementos nulo, unitário e inverso.
Solução:
Definimos os vetores, \(\textbf{u},\textbf{v},\textbf{w},\textbf{0} \in V(2,\mathbb{R})\):
onde \(e_{1}\) e \(e_{2}\) são as bases de \(V(2,\mathbb{R})\) e \(u^{1},u^{2}v^{1},v^{2}w^{1},w^{2},0,1\) são escalares pertencentes ao corpo dos reais. Agora mostramos que esses vetores o obedecem os axiomas de formação de um espaço vetorial.
(i) -
Como os escalares são reais, sua soma é comutativa.
(ii) -
Novamente a comutatividade da soma dos reais garante a associatividade da soma vetorial.
(iii) - seja o elemento nulo: \(\textbf{0} = 0e_{1}+0e_{2} = (0, 0)\)
(iv) -
(v) - seja \(a \in \mathbb{R}\),
(vi) - sejam \(a,b \in \mathbb{R}\),
(vii) - sejam \(a,b \in \mathbb{R}\),
Como o produto \(ab\) é apenas um novo escalar \(c \in \mathbb{R}\), não importa a ordem de atuação dos escalares.
(viii) - seja \(1 \in \mathbb{R}\) o elemento unitário de \(\mathbb{R}\),
2 - Seja o mapa \(f: V \rightarrow W\), definido por \((x,y) \mapsto (r \cos{\theta}, r \sin{\theta})\), ou seja, \(V\) é um espaço vetorial euclidiano “convencional” (com coordenadas cartesianas) e \(W\) o seu correspondente em coordenadas polares. Sejam \(v^{i} \in V\) e \(w^{i} \in W\), encontre os mapas \(\eta: V \rightarrow V^{*}\) e \(g: W \rightarrow W^{*}\), ou seja, os mapas que levam cada elemento dos espaços \(V\) e \(W\) para seua correspondentes elementos nos espaços duais \(V^{*}\) e \(W^{*}\).
Solução:
Os mapas \(\eta\) e \(g\) são os tensores métricos de cada um dos espaços, para o espaço Euclidiano bi-dimensional este se reduz ao delta de Kronecker, então \(\eta \equiv \delta_{ij}\) (\(\delta_{ij} = 1\) se \(i=j\) e \(0\) caso contrário). Para encontrar \(v^{*} = v_{i}\) utilizamos o delta para “descer” o índice de \(v^{i}\):
ou ainda
Ou seja, o elemento \(v^{i}\) é um vetor coluna (ou vetor contravariante) e \(v_{i}\), o vetor dual de \(v^{i}\), é um vetor linha (ou vetor covariante). Vemos que \(v_{i}\) é o tansposto de \(v^{i}\).
Para encontrar \(g\) podemos verificar como \(\delta_{ij}\) se transforma do espaço \(V\) para \(W\). Para tal precisamos verificar como um tensor se transforma de \(V\) para \(W\). Denotaremos os elementos de \(W\) com o símbolo \('\) para evitar confusão com os elementos de \(V\):
onde usamos a inversa de \(f\) como \(f^{-1}(r,\theta) \mapsto (\sqrt{x^{2}+y^{2}},\tan^{-1}(y/x))\).
A transformação de um vetor dual é dada por:
Assim, a matriz de transformação é \(\Lambda_{i}^{j} =\begin{pmatrix} \cos{\theta} & -r \sin{\theta} \\ \sin{\theta} & r \cos{\theta} \end{pmatrix}\) e com ela podemos transformar o tensor métrico:
Finalmente podemos fazer a transformação:
3 - Seja \(G: W \rightarrow W^{*}\), onde seus elementos são dados por \( g_{ij} = \begin{pmatrix} 1 & 0 \\ 0 & r^{2} \end{pmatrix}\) (ver problema 2). \(G\) é um elemento do grupo de matrices linerares \(GL(2,\mathbb{R})\). Mostre que isso faz com que \(W\) e \(W^{*}\) sejam isomórficos.
4 - Mostre que os mapas \(\eta\) e \(g\) do problema acima definem produtos internos em \(V\) e \(W\) respectivamente.
5 - Considere o espaço Euclidiano tri-dimensional em coordenadas cartesianas. Encontre o tensor métrico de um novo espaço em coordenadas cilíndricas.
6 - Considere o espaço Euclidiano tri-dimensional. Encontre o tensor métrico em coordenadas esféricas.